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Papel Pigmentado

Classifica-se de pigmentado o papel revestido e calandrado na própria máquina
que produz o papel-base. Diferente do papel cuchê (cujo revestimento e calan-
dragem são realizados por equipamentos independentes), o papel pigmentado
exige que a máquina de papel seja equipada com dispositivos que aplicam o
revestimento, de um ou de ambos os lados da folha, e fazem a calandragem
numa única operação. Até o momento, apenas 6 ou 7 fabricantes de papel no
mundo dispõe dessa tecnologia.
O que distingue o papel pigmentado do papel cuchê é a carga de revestimento
aplicada: enquanto o papel cuchê recebe entre 15 e 25 g/m2 de revestimento, o
papel pigmentado é revestido com cerca de 6 a 12 g/m2 de camada em cada
lado da folha.
Embora a quantidade de revestimento não seja suficiente para classificar este
tipo de papel na mesma categoria dos cuchês, é possível perceber uma me-
lhoria significativa em diversas propriedades quando se faz a comparação com
um papel não-revestido. As principais vantagens estão resumidas a seguir:
[1] Lisura

O papel pigmentado apresenta superfície mais plana do que o papel não-
revestido, favorecendo a printabilidade e o brilho de impressão, contribuindo
para aumentar o impacto visual do impresso.
[2] Secagem

Devido à maior lisura, a quantidade total de tinta necessária para atingir um
determinado nível de saturação é menor, reduzindo o tempo de secagem.
[3] Brilho de impressão

A lisura, associada à velocidade de secagem das tintas, proporciona maior nível
de brilho da tinta impressa do que é possível conseguir com um papel não-
revestido. Embora o brilho em si não constitua um diferencial de qualidade, este
contribui para aumentar a saturação das cores, aumentando o impacto visual do
produto impresso.
[4] Ganho-de-ponto

O ganho-de-ponto ocorre por ação combinada da tinta, do papel, da pressão de
impressão e do nível de emulsionamento água—tinta, dentre outras variáveis.
Quanto mais liso o papel e menor a carga de tinta necessária para produzir uma
determinada saturação, menor o ganho-de-ponto.
Visto ter maior lisura e brilho, o papel pigmentado proporciona menor nível de
ganho-de-ponto do que um papel não-revestido.
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[5] Contraste relativo

O contraste relativo indica a possibilidade de reproduzir com boa definição nas
áreas escuras do impresso (áreas de sombra). Em outras palavras, significa a
possibilidade de imprimir sólidos saturados sem comprometer as áreas reti-
culadas acima de 75% de ponto. Visto que o papel pigmentado apresenta
menor ganho-de-ponto e maior brilho de impressão, o contraste relativo também
é superior.
[6] Estabilidade dimensional

O papel sofre variação dimensional porque as fibras de celulose absorvem ou
perdem umidade quando expostas ao ambiente, à solução de molhagem no
processo ofsete e à temperatura nas impressoras rotativas com forno. Esta
variação compromete o registro de cores e, em certos casos, a estética do
produto acabado.
O papel pigmentado contém menor porcentagem de fibras do que um papel
não-revestido de mesma gramatura e, portanto, é menos sujeito às variações
causadas pelo ganho ou perda de umidade durante os processos de impressão
e acabamento.
Concluindo, o papel pigmentado é uma excelente alternativa quando o propósito
é aumentar o nível de qualidade de produtos impressos em papéis não-reves-
tidos, sem aumentar demasiadamente o custo final.
Devido à baixa aplicação de revestimento, comparado a um papel cuchê, este
tipo de papel é particularmente recomendado para impressão de livros, revistas
e trabalhos comerciais que envolvam ilustrações predominantemente ilumina-
das, com pouca extensão de cores escuras ou frias.
Este artigo é de autoria de
Sérgio Rossi Filho

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Source: http://www.rossigraf.com.br/14.pdf