XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE
DEXAMETASONA EM INDUZIR OSTEOPOROSE EM RATAS
Hilda Michelly Paiva dos Santos1, Ismaela Maria Ferreira de Melo2, Mariana Bruno Carvalho Cavalcanti3, Clovis José
Cavalcanti Lapa Neto 4, Yuri Mateus Lima de Albuquerque5, Welma Emídio da Silva6, Fernanda das Chagas Angelo
Introdução
Os glicocorticoides (GCs) pertencem à classe dos hormônios esteroides. Eles possuem um núcleo básico derivado do
colesterol-ciclopentano perhidrofenantreno, e o seu representante natural é o cortisol ou hidrocortisona, um composto formado por 21 átomos de carbono. Existem muitos GCs produzidos no córtex adrenal que foram sintetizados e introduzidos como medicamentos pela indústria farmacêutica (Caplan; Saag, 2009) e amplamente utilizados na medicina.
A razão desse uso tão difundido é a capacidade anti-inflamatória e imunossupressora dos glicocorticoides. Dentre
estes medicamentos, podemos citar a Hidrocortisona, Betametasona, Cortisona, Prednisona, Metilprednisona e Dexametasona (Buttgereit; Brand; Brutmester, 1999;).
A osteoporose induzida por glicocorticoides constitui a causa mais frequente de osteoporose secundária,
correspondendo a cerca de 25%. Metade dos doentes que realizam corticoterapia, por mais de seis meses, têm osteoporose e cerca de 1/3 desenvolvem fraturas, caso tratamento se prolongar por um ano (Gutiérrez - Polo, 2003). As fraturas osteoporóticas vertebrais e dos ossos longos são causa de mobilidade e associam-se a diminuição da esperança média de vida em idades avançadas.
Diversos mecanismos têm sido propostos para explicar a ocorrência de osteoporose nessa condição, como a ação
direta dos glicocorticoides nas paratireoides e nas células ósseas, alterações na produção de prostaglandinas, citocinas, interleucinas, alterações na secreção do hormônio do crescimento (GH), do fator semelhante a insulina - I (IGF-I) e esteroides gonadais (Souza et al., 2010).
A partir dessas vias, os GCs desempenham sua ação podendo ser tanto antiinflamatória quanto imunossupresora,
promovendo apoptose das células linfoides; inibindo a síntese de determinadas citocinas; modulam direta e indiretamente a função das células B; inibem a proliferação e diferenciação de monócitos e atividade de macrófagos; inibem o movimento de células e fluidos a partir do compartimento intravascular; inibem a ação da histamina, a síntese das prostaglandinas e a ação dos ativadores do plasminogênio. Os GCs interferem na circulação de células imunes, diminuindo o número de linfócitos periféricos, principalmente linfócitos T, e inibem o acúmulo de neutrófilos no local da inflamação (Bamberger; Schulte; Chrousos, 1996).
Atualmente, não está completamente esclarecido se existe uma dose mínima de glicocorticoide que seja
simultaneamente eficaz e segura para o tecido ósseo (Gutiérrez- Polo, 2003). Alguns autores determinaram uma dose de 5mg de prednisolona por dia (ou equivalente) como limite inferior de dose deletéria para a homeostasia metabólica normal da remodelação óssea (Gutiérrez- Polo, 2003). No entanto, num estudo retrospectivo, Van Staa et al. (2002) documentaram um aumento do risco relativo de fratura vertebral para doses inferiores a 2,5 mg por dia de prednisona (Van Staa et al., 2000) e do risco relativo de fratura do colo do fémur para doses superiores a 2,5 mg por dia.
Desta forma objetivou-s testar a eficácia do glicocorticoide dexametasona em induzir osteoporose em ratas Wistar.
Material e métodos
Foram utilizados 10 ratos albinas (Rattus norvegicus albinus) adultas, com 90 dias de idade, virgens, pesando 200g ± 30g, da linhagem Wistar, procedentes do Biotério do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, da Universidade Federal Rural de Pernambuco.Os animais foram divididos em dois grupos: I – Ratas sem tratamento (CONTROLE) e II – Ratas tratadas com glicocorticoide dexametasona (Decadron® - 4 mg/mL) por via intramuscular, na dose de 7 mg/kg
1 Primeiro Autor é Mestre em Biociência Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,
Recife, PE, CEP 52171-900. Email: hilda.michelly@yahoo.com.br.
2 Segundo Autor é Doutoranda do programa de Pós-graduação em Biociência Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom
Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900.
3 Terceira Autora é aluna do curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois
4 Quarto Autor é aluno do curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois
5 Quinto Autor é aluno do curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois
6 Sexta Autora é aluna Doutoranda do programa de Pós-graduação em Biociência Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom
Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900.
7 Sétima Autora é Professora Assistente. Universidade Federal de Campina Grande. Rua Aprígio Veloso, 882, Bairro Universitário, Campina
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de peso corporal, uma vez por semana, durante cinco semanas. Os animais ao final do tratamento foram sacrificados; para isso foram anestesiados com Hidrocloridrato de Cetamina (80 mg/kg) e Xilazina (20 mg/kg), por via intramuscular. A seguir, foi realizada a dissecação e coleta do fêmur de cada animal que foram fixados em formol tamponado a 10%, durante 48 horas. Após a fixação o osso foi descalcificado em solução de EDTA a 10%, durante três meses. Posteriormente, o material foi processado de acordo com as técnicas de rotina para inclusão em parafina, e corados pela hematoxilina - eosina (H. E.) e analisados em microscópio de luz, da marca OLYMPUS BX-49 e fotografados em fotomicroscópio OLYMPUS BX-50. Resultados e Discussão
A histologia dos fêmures dos animais do grupo controle demonstrou desordem na região do disco epifisário.
Neste grupo as características histológicas ósseas apresentaram-se normais (Fig. 1A) o osso esponjoso apresentou sem perda de conectividade trabecular, presença de osteócitos e osteoblastos em sua maioria ativos (Fig. 1C). Os osteócitos são células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando as lacunas das quais partem canalículos. São essenciais para manutenção da matriz óssea. Os osteoblastos são as células que sintetizam a parte orgânica da matriz óssea. São encontrados nas superfícies ósseas, lado a lado, num arranjo que lembra um epitélio simples. Quando em intensa atividade sintética são cuboides e em estado pouco ativo tornam-se achatadas.
No entanto o fêmur dos animais que receberam dexametasona constatou-se perda da microarquitetura óssea (Fig.
1B), notada pela diminuição da conectividade entre as trabéculas tanto na epífise quanto na diáfise. As trabéculas apresentaram mais delgadas e espaçadas em relação aos fêmures dos animais do grupo I e com osteoblastos, em sua maioria, inativos e osteócitos com núcleos compactos e intensamente corados nas trabéculas metafisárias (Fig. 1D). Além disso, foi evidenciado na diáfise regiões com matriz óssea alterada, demonstrando o processo de osteólise osteocítica (Fig. 1 C,D).
Segundo Adams (2009), o osso trabecular é metabolicamente mais ativo quando comparado ao osso cortical,
presentando maior suscetibilidade à ação de fármacos do que alterações no metabolismo mineral ósseo. Isso pode ser comprovado pela dosagem bioquímica que demonstrou diminuição da taxa de formação óssea, marcada pela fosfatase alcalina e aumento sucessivo da taxa de reabsorção óssea, comprovada pelos níveis de hidroxiprolina. A alteração da microarquitetura óssea observada neste grupo, caracterizada pela perda de conectividade trabecular, pode ser explicada pelo próprio mecanismo de remodelação óssea, o qual é desequilibrado por fatores como deficiência de estrógenos e o tratamento com glicocorticoides levando consequentemente a redução da formação óssea e /ou aumento de reabsorção (Amadei et al., 2006).
Agradecimentos
A UFRPE e Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal.
Referências
Amadei, S.U.; Silveira, V.A.S.; Pereira, A.C.; Carvalho, Y.R.; Rocha, R.F. A influencia da deficiência estrogênica no processo de remodelação e reparação óssea, Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v.42, p.5-12, 2006. Adam, J.E. Quantitative computed tomography. European Journal of Radiology, v.71, p.415-424, 2009. Baracho, N.C.V.; Paula, A.M.; Franzini – Júnior, R.; Silva, R.M.B.; Appolari, B.; Irulegui, R.S.C. Avaliação da eficácia de administração de dexametasona ou metilprednisolona para produzir osteoporose em ratas. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v.1, p.1-7, 2011. Bamberger, C.M.; Schulte, H.M.; Chrousos, G.P. Molecular determinants of glucocorticoid receptor function and tissue sensitivity to glucocorticoids. Endocrinology Veterinary, v.17, n.3, p.245-261, 1996. Buttgereit, F.; Brand, M. D.; Brutmester, G. R. Equivalent doses and relative drug potencies for non-genomic glucocorticoid effects: a novel glucocorticoid hierarchy. Biochemical Pharmacology, v.58, n.2, p.363-368, 1999. Caplan, L.; Saag, K.G. Glucocorticoids and the risk of osteoporosis. Expert Opinion on Drug Safety, v.8, n.1, p.33-47, 2009. Cushing, H. The basophilic adenomas of the pituitary body and their clinical manifestation. Bull. Johns Hopkins Hospital, v.50, p.137-195, 1932. Gutiérrez-Polo, R. Glucocorticoid-induced osteoporosis. Na. Sist. Navar., v.26, p.63-80, 2003. Souza, M.C.; Assemany, F.S.; Lima, A.T.C.; Souza, R.F. Glicocorticoides e osteoporose – Artigo de revisão. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v.9, supl. 1, p.57-64, 2010. Van Staa, T.P.; Leufkens, H.G.M.; Abenhaim, L.; Zhang, B.; Cooper, C. Oral corticosteroids and fractures risk: relationship to daily and cumulative doses. Rheumatology, n.39, p.1383-1389, 2000.
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Figura 1. Fêmures dos animais dos grupos experimentais. A e C – Grupo controle. Coloração H.E. Aumento 107X e 428X respectivamente. B e D – Grupo Dexametasona. Coloração H.E. Aumento 107X e 428X respectivamente. * - Microarquitetura óssea. Seta Fina – Osteoblastos. Círculo – Osteócito. Seta Larga – Osteólise Osteocítica.
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